ah...mas isso eu tive que me apoderar e republicar... - Amar es combatir, y el amor es compartir

ah...mas isso eu tive que me apoderar e republicar...




Depois de ler esta inicial do carioca Alex Castro, me parei em ler os comentários que, de tão extenso, precisei quebrar no final do meu post (digo de passagem, sem autorização...) mas, eu sou doente da prolixidade e desprezo o lacônico antipático, arrogante, dissimulado e sintético..., apesar de admirar sobremaneira o sucinto inteligente (arrrgh...!!! eu sempre erro!), e vibrar com aqueles que "matam a pau" mesmo que dissertativos, e ainda, literalmente, babar pela espirituosidade, chegando ao orgasmo de fato pelo sutil astuto;

Você não entendeu?...então!
...assim oh! ...talvez nossa "velha" sociedade precise de ajuda...!!!

Falhamos com Nossas Mulheres
(...)Minha amiga Selma está revoltada com "esse costume tão brasileiro de homens mais velhos casarem com mulheres mais novas". E eu, num primeiro momento, disse que ela estava exagerando, que não era pra tanto, etc...

Mas então passei em revista mental todos os amigos do meu pai que estão mais ou menos na mesma faixa etária - ele tem 63 anos. Sem nenhuma exceção que pude lembrar, nenhum ainda está casado com a primeira esposa e todos casaram de novo com mulheres 15, 20, 30 anos mais novas. (A esposa do único casal que seria a exceção se matou ano passado.)

Não acho que cabe censurar nenhum deles individualmente. Na maioria dos casos, a começar pelo meu pai, os maridos respeitaram estritamente as leis e deixaram suas ex-esposas muito bem de vida. Todas as pessoas têm direito de se divorciar. Se todos cumprem a lei e agem eticamente, não cabe crítica individual.

Entretanto, quando olhamos para a situação como um todo, a situação mostra-se praticamente uma calamidade de saúde pública e uma indicação da estrutura inerentemente machista da sociedade brasileira. O divórcio, que a princípio foi uma bandeira e uma conquista feminina e feminista (favor não confundir), acabou saindo pela culatra e se tornando um meio legal e limpo para se trocar velhas esposas por jovens gatinhas.

Não estou falando somente de dinheiro. Sim, quase todos os homens do círculo do meu pai deixaram suas mulheres muito bem de vida - financeiramente.

Mas hoje, quando encontro com eles, esses homens estão invariavelmente felizes, com aspecto jovem, bronzeados, ricos, casados com mulheres lindas, no auge de suas carreiras ou recém-aposentados.

Já as mulheres estão quase todas sozinhas, ressentidas, magoadas, muitas gordas e alcoolatras, reclamando das vidas vazias e sem sentido, pois dedicaram boa parte da vida aos maridos (que foram embora) e aos filhos (que cresceram), quase nenhuma tinha carreira, e ou continuam ociosas e sem trabalhar até hoje, ou começaram uma carreira depois dos 40 e estão subempregadas.

Nós, como sociedade, falhamos miseravelmente com nossas mulheres.



Tive essa conversa com vários amigos e quase todos me disseram que eu estava delirando, que a experiência deles não era assim, que minha amostra era muito limitada.

E, de fato, pensei: o círculo de amigos do meu pai é bem restrito. Estou falando de homens brancos de classe média nascidos no eixo RJ-SP na década de 40, que enriqueceram/prosperaram nos anos 70 e 80, se separaram na década seguinte, e agora começam a se aposentar. Foram ou são empresários, banqueiros, altos executivos. Moram na Barra e em Higienópolis, em Ipanema e no Pacaembu, e têm casas em Búzios e Guarujá, Itaipava e Campos do Jordão. Não há dúvidas que se trata de um grupo totalmente a parte da sociedade brasileira.

Vai ver, pensei, não é o Brasil que é assim: só a República Leblon-Morumbi.



Então, mês passado, leio a matéria abaixo, do Diário de SP, e percebo que sim, estamos diante de uma tendência algo generalizada:

Viúva Jovem: Pensão do INSS é paga por 35 anos

SÃO PAULO - Até pouco tempo atrás, o tempo médio que uma mulher viúva recebia a pensão por morte do marido era de 17 anos. Agora, já são 35 anos. É que o mostra um estudo do pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Paulo Tafner. Ele explica esse aumento pelo fato de dois terços dos homens separados acima de 50 anos se casarem de novo com mulheres mais novas.

Na faixa etária entre 60 e 64 anos, o percentual de homens que se casam com mulheres mais novas pula para 69%. A diferença chega a ultrapassar 30 anos. Além disso, dois terços das viúvas brasileiras têm atualmente outra fonte de renda.

- O Brasil não leva em conta se a viúva tem um emprego, diferentemente de outros países. Aqui, esse direito é vitalício e equivale a 100% da aposentadoria. O benefício também não depende da idade da mulher, do prazo decorrido da união ou se ela tem filhos menores - diz Tafner.

O país gastou R$ 25,9 milhões a mais em agosto passado com o pagamento de pensões por morte. Segundo a Previdência, o valor médio é de R$ 746. O número de pedidos de pensão por morte vem crescendo mês a mês. Só em agosto, foram incluídos 34.789 benefícios, 2,61% a mais do que o mês anterior, quando foram solicitadas 33.905 novas inclusões. Em junho passado, por sua vez, esse número era de 31.404.



E, quando esse post já estava escrito faz tempo e esperando pra ser publicado, uma nova matéria da Revista Época (da minha querida Martha Mendonça, do saudoso Elas por Elas) apoiou outra percepção minha: de que as mulheres, depois de certa idade, tornam-se mesmo cada vez mais tristes.

Por que as mulheres são tão tristes?

Um estudo americano de 37 anos ilumina um terrível paradoxo: objetivamente, a vida das mulheres jamais foi tão boa. Subjetivamente, nunca foi pior.

Tema de reportagem do New York Times no dia 20 do mês passado, o paradoxo da infelicidade feminina ficou semanas entre as mais lidas e comentadas da versão on-line do jornal americano. “Será que a emancipação feminina beneficiou mais os homens que as mulheres?”, escreveu a colunista Maureen Dowd, conhecida por suas posições antifeministas. Indo mais longe, se poderia perguntar: será que os conservadores, que sempre denegriram o feminismo como antinatural, teriam razão? Será que as mulheres seriam mais felizes se retornassem ao papel tradicional de mãe e esposa? O assunto dividiu opiniões no blog de ÉPOCA Mulher 7x7. “Estou cansada? Culpada pela pouca atenção aos filhos? Sim. Sempre querendo ser a melhor no trabalho e também cuidar da beleza? Sim. Mas ainda assim prefiro a liberdade”, escreveu a leitora Carolina. Outra leitora, Andréa, pensa diferente: “Ao mesmo tempo que nossos direitos se multiplicaram, como acesso à educação, voto, mercado de trabalho, nossas responsabilidades cresceram exponencialmente. Temos de gerenciar casa, carreira, filhos, marido e ainda ser magras, cultas e sexy. Isso é irreal”.

Na tentativa de entender, o estudo americano ressalta a extrema valorização da beleza e da juventude em nosso tempo, que afeta mais as mulheres que os homens. Enquanto elas aumentam seu nível de estresse com cosméticos e tratamentos estéticos e cirúrgicos, os homens muitas vezes ficam atraentes com a maturidade. Aos 50, quando as mulheres já deixaram para trás a possibilidade de reprodução, homens grisalhos começam novas famílias e viram pais. Eles podem ser charmosos à maneira de Sean Connery ou bonitos ao estilo José Mayer. Mas das mulheres se espera que continuem depois dos 40 com a aparência que tinham aos 20 anos. “Não adianta mostrar fotos de Sofia Loren maravilhosa aos 75 anos. O fato é que as mulheres envelhecem mais rápido que os homens, e a maioria de nós se incomoda com isso”, escreveu a articulista Penny Vincenzi, do jornal britânico Daily Mail, comentando as angústias femininas captadas pelo estudo. “Eu sou uma mulher abençoada com uma família grande e feliz, mas, ainda assim, me preocupo diariamente com as pelancas do braço e as rugas do rosto, que se multiplicam à velocidade da luz.” (leia matéria completa)



E vocês? O que vocês acham? Como é a situação no círculo social de vocês? (...) etc, etc...

Então vamos aos comentários, as opiniões e, ao que realmente interessa:
Mas antes, leiam uma historinha do Veríssimo, hehehe...

- Oi amiga, me conta como foi o encontro de ontem à noite.
- Horrível, não sei o que aconteceu...
- Mas por quê? Não te deu nem um beijo?
- Sim. Beijar, me beijou. Mas me beijou tão forte que meu dente postiço da frente caiu e as lentes de contato verdes saltaram dos meus olhos...

- Não me diga que terminou por aí.
- Não, claro. Depois pegou no meu rosto entre suas mãos, até que tive que pedir que não o fizesse mais, porque estava achatando o botox e me mordia o lábio como se fossem de plástico... Ia explodir o meu implante de colágeno e quase sai o mega hair!!!

- E... Não tentou mais nada?
- Sim começou a acariciar minhas pernas e eu o detive, porque lembrei que não tive tempo de me depilar. E além do mais, me arrebatou com muita luxúria e estava me abraçando tão forte que quase ficou com minhas próteses da bunda em suas mãos e estourou meu silicone do peito.....

- E depois, que aconteceu?
- Aí então, começou a tomar champanhe em meu sapato...

- Que romântico...!!!
- Romântico o cacete! Ele quase morreu!!!

-Ai, não!!!! E por quê?
- Engoliu meu corretor de joanete com a palmilha do salto..

- Nossa, que ele fez depois?
- Você acredita que ele broxou e foi embora?
- Acho que ele é viado.
- Só pode!

Luiz Fernando Veríssimo

Agora siga este link dos comentários, fantástico!


Demais links sugeridos:
Guernica / Barbara Ehrenreich: Are Women Getting Sadder? Or Are We All Just Getting a Lot More Gullible?

NY Times - Opinion Freakonomics: Nickeled and Dimed by Barbara Ehrenreich - By Justin Wolfers


Primavera/2009
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